Software é o que você xinga. Hardware é o que você bate! Mas porquê?

Já percebeu como ficamos irritados quando o sistema de gestão realiza uma operação diferente do esperado, ou pior, não executa a função solicitada e não resta  alternativa a não ser pegar o telefone e ligar para a TI?
Então ouve-se a frase: “você já abriu um chamado?” 💻 E a raiva só aumenta! 😂
Vamos analisar as razões disso tudo e entender como podemos melhorar a nossa relação com sistemas que amamos odiar!

Uma das frases mais manjadas nos ambientes de TI é: “Software é o que você xinga. Hardware é o que você bate!“. Quase todo mundo que trabalha diretamente com algum sistema de gestão já ouviu essa frase, mas você já se perguntou porque nos revoltamos tanto com os programas que usamos diariamente?

Desde o início da minha jornada como profissional de TI, há dez anos, ouço repetidamente as pessoas reclamarem dos sistemas que usam nos ambientes de trabalho. Nessa caminha já passei por diversas implantações onde pude observar alguns pontos comuns que quero compartilhar agora.

A primeira coisa que ouço é: “O sistema anterior era melhor! ” ou “Agora eu preciso fazer tudo isso pra gerar o relatório? Antes era só apertar F3!”. Talvez você, amigo leitor, já tenha falado, ou pelo menos pensado, isso.
Esse é um caso que eu chamo de Viúvos ou Viúvas de Sistemas e acontece muito. Normalmente, quando um novo software é implantado, uma série de processos (vou repetir muito essa palavra durante o texto) são revistos e melhorados, aliás no momento da implantação de um novo sistema é o período ideal para revisar e melhorar os processos da organização. Durante essa revisão dos procedimentos, problemas como retrabalho e falhas de comunicação são identificados, cabendo o novo software a função de resolvê-los. É aí que começa o ódio!

As pessoas se acostumam com uma forma (errada) de trabalhar, o que é restringido pelo novo sistema, e, portanto, se sentem obrigadas a realizar tarefas que antes eram esquecidas, mas de vital importância para o funcionamento da empresa. E o ódio ganha força.
Mas também acontece o inverso. Ainda na revisão dos processos, a política de acessos e disponibilização da informação pode ser alterada e algo que era livremente acessado pelos usuários fica restringido. Nesse momento, as linhas telefônicas do departamento de TI estão congestionadas de tanta gente ligando pra saber onde acessa o relatório, “que antes era só apertar F3!”.  😜

Claro que também não podemos nos redimir da responsabilidade. É papel sim do analisa de negócios/sistemas conduzir as análises para que o novo sistema entre da melhor forma possível em conjunto com as lideranças da empresa e, principalmente, durante a implantação trazer os usuários pra dentro do projeto. Eu vejo como um erro comum e gravíssimo dentro das empresas a prática justamente do contrário. As análises são feitas exclusivamente com os gestores. Os usuários finais têm acesso ao sistema, as vezes,  somente durante o treinamento, onde chegam com uma enorme resistência ao novo e prontos para apontar qualquer divergenciazinha do sistema ou forma de trabalho atual. As pessoas querem seguir fazendo exatamente a mesma coisa, só que numa outra interface. São poucos os que entendem que o que está mudando é o processo de trabalho e o sistema é só uma via dessa mudança. Nesse momento, o gestor que passou os requisitos nunca está presente no treinamento, e a gente antecipa o coffe breack (quando tem!). 😂

O que eu quero dizer com tudo isso é que se as pessoas que realmente vão utilizar o sistema se sentirem parte do projeto e entenderem o seu papel na implantação, dificilmente mostrarão alguma resistência, pois verão claramente os benefícios do novo software. Do contrário, elas se sentirão obrigadas a engolir um novo sistema, diferente de tudo o que estão acostumados, com outra filosofia, um caminhão de novas funcionalidades e uma interface competente diferente. E nesse caso, eu entendo o xingamento! 😕

Mas esse assunto rende muito pano pra manga, portanto, semana que vem vamos continuar analisando a nossa relação com os recursos de TI e entender o conceito de raciocínio materializado.

Se você concorda, discorda ou tem algo a acrescentar, fique a vontade para comentar!

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